13 Anos de Inovações: Um Adeus à Lambda3 e Tivit

Venho aqui para registrar um dia que vai marcar minha história. Ontem foi meu último dia no comando da Lambda3, que agora está sob a área de Digital da Tivit. Vou te contar como chegamos até aqui, vem comigo.

Em 2010, um grupo de amigos decidiu criar uma empresa diferentona. Ela ia fazer tudo o que falávamos em nossas palestras e conversas de eventos e, em vez de ficarmos falando mal das empresas para as quais trabalhávamos, iríamos mostrar que dava para trabalhar com foco em qualidade de software, com gestão descentralizada e agilidade (naquela época, ninguém queria).

Eles me chamaram para fazer parte desse sonho, primeiramente como funcionário, mas, dois meses depois, já veio a proposta para nos tornarmos sócios.

Foi muito bom ver as coisas tomando forma. Primeiro foram definidos os valores, e tudo o que questionávamos era voltado para ver se não estávamos infringindo os valores, e foi assim até agora: uma empresa com valores focados em excelência técnica e pessoas, a cultura era o reflexo disso.

Começamos contratando vários amigos para trabalharem com a gente. Muita gente veio do .Net Architects (um grupo de usuários de arquitetura .Net), outras vieram da comunidade de agilidade, e todos ajudaram a gente a chegar onde chegamos.

Foram 13 anos em que trabalhei em todas as áreas dentro da empresa. Fui membro de time como desenvolvedor, arquiteto, frontender, scrum master, P.O., e fiz ponta de testador. E trabalhei no administrativo, no financeiro e principalmente na área de Pessoas, nos últimos anos fui mais para área executiva assumindo a posição de COO e CEO.

Criamos um “jeito de ser e fazer” que se baseava nos nossos valores, e o que eu mais gostei foi de registrar isso e, junto com uma equipe maravilhosa apresentar como nossa cultura funcionava para todos que entravam na empresa.

Foram várias formações societárias, e a mudança mais recente foi com a saída do Igor Abade, que saiu para fundar a CloudMotion. Eu aprendi muito com ele, fica aqui meu agradecimento pelos incontáveis papos sobre tudo.

No fim, ficamos eu, o Victor Hugo Germano e o Giovanni Bassi. Formamos um time complementar e que confiava um no outro. Todas as decisões eram tomadas em conjunto, e, quando um precisava tomar uma decisão sozinho, os outros dois acatavam. A nossa dinâmica não era calma, tinha tretas, mas ficava na sala de reunião. Quando terminávamos o assunto e definíamos para onde iríamos, os três defendiam aquele ponto definido como se fosse ideia dos três. Isso sempre funcionou para nós.

Nunca pensamos em vender a empresa, mas, por curiosidade, resolvemos atender um pedido para avaliá-la para compra. Tivemos, ao todo, quatro empresas interessadas em um curto intervalo de tempo. A que chegou mais longe e aceitou nossas condições foi a Tivit. O processo foi muito bem conduzido pelo Eduardo Sodero e o Luiz Mattar (na época, CEO da Tivit). Foi um processo complexo para a gente, porque não tínhamos uma estrutura financeira de uma grande empresa, e precisamos arrumar a casa para isso. Além disso, era a empresa que construímos para a gente trabalhar, não criamos ela para vender, e tivemos que trabalhar isso na nossa mente.

Até que chegou a proposta. Com a proposta na mesa, os três avaliamos e entendemos que era o melhor momento para fazer o exit. Eu tinha um motivo pessoal para aceitar: eu não queria deixar para os meus filhos uma “obrigação” de herdar ou de trabalhar na empresa do pai. Quero que eles escolham livremente o que querem fazer, e sei que o pai ter uma empresa induz um pouco. Eu não queria isso, quero que eles tenham liberdade total. Senti que esse momento representava uma oportunidade única para permitir que meus filhos trilhassem seus próprios caminhos, e a proposta era atrativa financeiramente.

Enfim, vendemos ela em 2021, e nesses últimos quase três anos fizemos o processo conhecido como earn-out, onde tínhamos metas com a Tivit, e que se finalizou em dezembro de 2023. Nesse término, o Giovanni e o Victor Hugo saíram da empresa, e eu acabei ficando para terminar o processo de internalização da Lambda3 na estrutura da Tivit, processo esse que entendemos estar bem encaminhado. Por isso, em comum acordo com a Tivit, definimos que esse era o momento de sair.

Olho para trás e tenho um sentimento de orgulho: orgulho pelo que construímos, orgulho pelas vidas que tocamos e orgulho por ter construído uma empresa que foi uma grande formadora de profissionais de ponta, que hoje estão em cargos de liderança em várias empresas pelo mundo todo. A Lambda3 sempre se destacou por valorizar, oferecendo um ambiente seguro para que todos possam crescer e se desenvolver, tanto individualmente quanto em equipe. A principal característica da Lambda3 sempre foi essa: respeitar as pessoas pelo que elas são, dar espaço para que errem e cresçam com os erros, e sempre ter pessoas com conhecimento e que queiram compartilhar esse conhecimento não só na empresa, mas na comunidade de desenvolvimento de software também.

É com esse sentimento de orgulho que termino esse post. Obrigado a todos que participaram desse sonho que começou lá em 2010. Este capítulo termina aqui para mim, e agora vou me preparar para um novo capítulo.

Ainda não tenho nada definido, estou analisando possibilidades, enquanto isso vou aproveitar para curtir a família e descansar um pouco, mas com certeza não vou ficar parado. Continuarei buscando formas de contribuir e inovar no cenário do desenvolvimento de software, transformando ideias em realidade.

Abraços e até o próximo capítulo.